domingo, 10 de outubro de 2021

RELIGIÃO VIRTUAL AMEAÇA REAL

 


A Igreja de Cristo enfrentou diversas ameaças através dos séculos. Ameaças cristológicas nos primeiros séculos, ameaças eclesiológicas no primeiro milênio, ameaças do liberalismo teológico na modernidade e, nesses últimos tempos a virtualidade. O virtual já fazia parte da rotina de muitas pessoas, mas nos últimos dois anos fomos, sem exceção, obrigados a aderir a essa modalidade, assimilando práticas a ponto de vermos com certa naturalidade "culto online", "comunhão virtual" e, até mesmo, "ceia virtual" e "batismo à distância". Na realidade, a virtualidade deixou de ser uma simples alternativa e, passou a ser uma ameaça real ao Corpo de Cristo, pois, no conforto de seus isolamentos, os cristãos abandonaram a comunhão e embarcaram na sua igreja virtual. No início parecia uma saída um pouco desconfortável, mas plausível, que logo conquistou a simpatia e a adesão dos irmãos. A virtualidade nas atividades religiosas encontrou espaço no egoísmo do coração caído do homem, que rapidinho passou a defender tal prática como suficiente. A princípio mexeu um pouco, pois modificou a rotina; mas, depressa passou a ser mais atrativo, mais confortável, menos incômodo. Não havia mais necessidade de renunciar a si para estar com os outros, não havia mais necessidade de sair do conforto de casa, onde o EU se sente à vontade e senhor. Eu fortalecido, comunhão enfraquecida. A atividade virtual da igreja faz com que uma das marcas fundamentais da Igreja, como afirmado por Lucas: "todos os que creram estavam juntos e tinham tudo em comum..." (At 2.42), seja abandonada, a comunhão. Grande número de cristãos passou a sentir-se confortáveis com devocionais online, cultos virtuais e, dar-se por satisfeitos por interagir no chat, visualizar o louvor e "curtir" o sermão. Individualidade solidificada, comunhão em erosão, e a consequência inevitável é a iminente perda de força da Igreja no mundo. Desde os tempos mais antigos Deus intentou reunir um povo para testemunhar sua glória ao mundo (Gn 12. 2-3; Êx 19.4-6). O povo de Deus reunido no mesmo lugar em adoração sempre foi o poderoso testemunho do Evangelho (Sl 96; Jo 17.21; 1Pe 2.9-10), e um meio de graça para cada cristão (1Pe 4.7- 10). O abandono da comunhão é o caminho da ruína, do enfraquecimento do povo de Deus, é o abandono da sua missão.

A religião virtual é uma ameaça real. Portanto, é urgente que os pastores despertem do seu sonho de influencer digital e comecem a pregar nos seus púlpitos o inegociável Evangelho de Jesus Cristo; que ensinem a respeito da comunhão cristã, sua necessidade e fim - para que o mundo creia. É urgente que cada cristão seja conscientizado da ameaça concreta que a igreja virtual é para a autenticidade do corpo de Cristo. É urgente que aqueles que creem perseverem unânimes no templo, tenham comunhão de casa em casa, louvem a Deus e contem com a simpatia de todo o povo, enquanto o Senhor lhes acrescente, dia a dia, os que forem sendo salvos.


Rev. Jaidson Araújo


_____________________________________________________________________Fonte: Igreja Presbiteriana do Recife. <https://adm.primeiraigreja.org.br//Content/imagens/arquivoscadastrados/Boletim%2003102021_z9xjhs8j.pdf> Acesso em 10/10/2021

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