2 Reis 22:1-10
A igreja do Senhor Jesus sempre passou por
reformas. As reformas são necessárias, pois como seres humanos, tendemos sedução
dos erros e desvios doutrinários que nos fazem pecar contra a Palavra de Deus.
No dia 31 de Outubro, as igrejas
confessionais comemoram 504 anos da Reforma Protestante e hoje, como igreja
confessional, também estamos comemorando este dia tão celebre para a igreja.
Ela nos traz reflexões sobre a nossa vida com Deus e o que devemos reformar na
nossa prática de culto ao Senhor.
A pergunta a ser feita nesta noite é, “qual a
relevância da reforma para os nossos dias?”, nos dias de hoje, ainda há
necessidade de a igreja reformar, ou apenas a reforma de 1517 foi suficiente?
O
presente artigo tem como objetivo refletirmos a respeito da reforma promovida
pelo rei Josias e quais as necessidades da igreja está sempre se reformando nos
dias de hoje.
AS REFORMAS ACONTECERAM PELO FATO DE SE BUSCAR A FIDELIDE EM DEUS E EM SUA PALAVRA.
No texto lido observamos que Josias foi
qualificado como aquele que “fez o que era
RETO AOS OLHOS DO SENHOR”, como também procurou andar nos caminhos
do Senhor (2 Reis 22:2) Josias afastou-se dos caminhos e praticas do seu avô e
também do seu pai, que conforme 2 Reis 21:2, 20 fizeram “...mau aos olhos do SENHOR...”.
O rei Josias tinha apenas 8 anos de idade
quando começou a reinar em Jerusalém. O reinado de Josias foi marcado por uma
grande reforma religiosa em Israel. A reforma foi necessária, pois o povo de
Deus havia se desviado dos caminhos do Senhor. Até o livro da lei havia sido
esquecido, pois este estava perdido.
No décimo oitavo ano do seu reinado, Josias
ordena que o templo seja restaurado e lá o livro da lei havia sido encontrado
pelo Sacerdote Hilquias no templo. Isso nos mostra o declínio espiritual da
nação. Entendemos que há anos o serviço de culto a Deus havia cessado, ao ponto
do templo está em estado de abandono (v.5). O livro da lei não era mais lido,
como também o culto ao Senhor havia sido deixado de lado.
O rei Josias poderia investir para que seu reinado se tornasse um reinado forte; Poderia investir para que o seu nome ficasse conhecido na história como o rei que melhor administrou o seu reino, mas ele entende que tudo isto seria apenas vaidade e que investir no Reino de Deus era a melhor opção.
OS IMPACTOS PRODUZIDOS PELA REFORMA.
O
inicio da reforma de Josias, se deu pela reforma estrutural do templo, seria a
principio, uma reforma externa. Era necessária também uma reforma interna e
espiritual; O culto precisava ser restaurado; a liturgia, os louvores a
pregação da Palavra de Deus, precisava ser o centro da vida religiosa do povo.
O termo “... Achei
o livro da lei...” Até aquele momento, o paradeiro do livro era desconhecido. O
entendimento é que o livro estava desaparecido. Quando
a Palavra de Deus é esquecida, ou deixada de lado, o povo tende a fazer as
coisas para Deus à sua própria maneira. Os desvios doutrinários acontecem; o
culto deixa de ser Teocêntrico para ser Antropocêntrico.
Por ocasião ao desaparecimento do
livro da lei, o paganismo imperava sobre o Israel de Deus. Manassés, avô de
Josias e Amon, o pai de Josias, haviam abandonado os caminhos do Senhor e
trazido a idolatria para substituir o culto verdadeiro ao Senhor.
O rei Manassés “... tornou a edificar os altos que
Ezequias, seu pai, tinha destruído, e levantou altares a Baal, e fez um bosque
como o que fizera Acabe, rei de Israel, e se inclinou diante de todo o exército
dos céus, e os serviu”. (2Reis 21:3). O rei Amon, “... andou em todo o caminho em que andara seu pai; e serviu os ídolos,
a que seu pai tinha servido, e se inclinou diante deles”. (2Reis 21:21).
O ambiente no inicio do reinado de Josias era
desolador. A adoração havia sido extinta a muitos anos e até o livro da lei
havia sido perdido. Ao encontrar o livro da lei, o fio de esperança de trazer o
culto ao Senhor é reacendido. A expectativa de que Deus abençoaria seu povo, se
torna algo real.
A primeira atitude de Josias, quando Safã, o
escrivão leu o livro da lei diante dele, Josias “rasgou as suas vestes”. (V.
11) O rasgar as vestes simbolizou ele e o povo tinham uma causa justa para o
remorso por causa da desobediência pessoal e nacional.
O primeiro passo para uma reforma religiosa é
o reconhecimento do pecado acompanhado de arrependimento e disposição para
corrigir o erro. Foi isso que Josias fez. Não parou apenas no “rasgar vestes”,
ele procurou agir para corrigir o pecado da nação. (2 Reis 22:13)
Deus estava irado com a nação, pois haviam
transgredido a sua lei e cultuado a outros deuses. O templo havia sido
abandonado, a lei perdida, por isso a ira de Deus pairava sobre o povo desobediente.
(Vs 15-17)
HAVENDO REFORMA, HÁ
TAMBÉM AQUELES
QUE SE OPÕEM AS
MESMAS.
Josias manda consultar a Palavra de Deus
através da profetisa Hulda e esta Palavra consistia de duas vertentes:
1.
A
ira de Deus havia sido acesa e o julgamento viria sobre o povo por causa das
práticas idólatras (15-17)
2.
Josias,
o rei de Judá (18) não viveria para ver a destruição e a desolação resultante
do derramamento da ira de Deus (18-20).
A oposição vem pela ausência de disposição de
fazer o que é certo. Nem todos estavam dispostos a se voltarem a Palavra de
Deus, o exemplo disto, é que Deus permitiu que o povo fosse levado para o
cativeiro na Babilônia. Isso não impediu que Josias fizesse o que era reto aos
olhos do Senhor, pois nos versículos 7 à 20 ele fez uma reforma radical
destruindo tudo aquilo que era contrário ao culto verdadeiro ao Senhor.
Toda essa reforma teve como base um retorna
às Sagradas Escrituras. Os ritos pascais foram retomados; o culto a Deus passou
a ser observo e toda a idolatria havia sido banida do meio do povo. Embora
havendo opositores,
CONCLUSÃO:
As reformas religiosas dos tempos do rei
Josias reportam a pré-reforma e Reforma protestante do séc. XVI, pois a
intenção foi romper com tudo aquilo que era contrário a Sagrada Escritura.
Como nos dias de Josias, em 1517 houve a
necessidade de um retorno radical às Sagradas Escrituras e o rompimento com
toda a prática idolatra. O culto nos tempos de Josias voltou a ser Teocentrico,
como também nos dias da Reforma do Sec. XVI.
Nos dias de Hoje verifica-se que há uma
necessidade de uma nova reforma no seio das igrejas protestantes, pois como nos
dias de Josias e também de Lutero, parte das igrejas estão abandonando a
centralidade das Escrituras Sagradas; a centralidade do culto a Deus, resumindo-se
apenas em práticas antropocêntricas, ou seja, a pratica de culto que tem como
objetivo agradar aos homens, embora desagrade a Deus.
A Confissão de Fé de Westminster no capitulo 21, seç. 1, nos traz uma reflexão a respeito da forma de cultuarmos a Deus e a base para o culto:
“[...] o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer representação visível, ou de qualquer outro modo não prescrito nas Sagradas Escrituras”.