Introdução
Conforme observado no titulo da epistola, a
mesma foi endereçada a igreja que estava localizada na cidade de Eféso, cidade
esta, que também era capital da província romana na Ásia (Ásia Menor, atual
Turquia). Esta carta, como podemos ver na apresentação, foi escrita pelo
apostolo Paulo (1.1).
Paulo escreveu esta carta, quando estava
preso em Roma, entre os anos 60 e 62 a.C, sendo ela classificada como uma das chamadas
“Epistolas da Prisão”.
A cidade de Eféso ficou conhecida pelo seu
magnifico templo dedicado a deusa pagã Artemis, ou conhecida também como Diana.
Este templo, segundo historiadores, como uma das sete maravilhas do mundo
antigo.
A cidade de Eféso foi evangelizada
inicialmente pelo casal Áquila e Priscilla, que foram deixados lá por Paulo em
sua segunda viagem missionária, depois a igreja foi estabelecida por Paulo em
sua terceira viagem missionária.
Paulo pastoreou esta igreja durante três
anos, depois Timóteo a pastores durante 1 ano e meio, com o fim de combater o
falso ensino propagado por dois presbíteros da igreja (Himeneu e Alexandre) (lTm
1.4, 7; 4:3).
Paulo escreveu esta epistola para declarar
sua completa satisfação na graça redentora de Cristo Jesus. Mesmo preso, Paulo
não havia abandonada sua esperança no redentor e essa esperança precisava ser
compartilhada com os irmãos. O apostolo Paulo Bendiga o Nome do Senhor pelas
bênçãos derramadas na vida da igreja Ef. 1.3). Que Bênçãos são essas? Por que
devemos ser gratos?
DEUS NOS ABENÇOU COM
A SUA SANTA ELEIÇÃO (v.4).
As
bênçãos aqui enumeradas por Paulo, não são bênçãos terrenas, conquistadas pela
força do homem, mas “[...] nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos
lugares celestiais em Cristo”. Por tanto as bênçãos que muitas vezes pedimos, ou
queremos correr atrás, são bênçãos terrenas, as bênçãos de Deus vão mais além,
elas são eternas.
Muitas pessoas discordam do fato de Deus ter
escolhido uma parcela da humanidade para morar na eternidade. Porém o versículo
4 deixa claro que além de escolher, o essa escolha foi antes da fundação do
mundo; antes do homem existir e ainda, antes do pecado infectar o ser humano.
Eleger significa tomar ou escolher algo de
(para si mesmo). Precisamos entender não o por que Deus nos escolheu, como se
em nós, Deus contemplasse algo motivador, mas para que Ele nos escolheu. Essa
deve se a pergunta correta a se fazer.
Paulo responde que Deus nos escolheu com o
propósito de “[...] que fôssemos santos e
irrepreensíveis diante dele em amor” (v. 4b). Deus não nos escolheu para apenas frequentar
a igreja, mas para sermos Santos (Separados do Mundo) e Irrepreensíveis (que
não dá margem a repreensão).
O fundamento da igreja, de sua plena salvação
do princípio ao fim, consequentemente também de sua eleição, é Cristo. Fomos
eleitos em Cristo; Cristo morreu por seus eleitos e apenas por estes. A
eleição, pois, é a raiz de todas as bênçãos subseqüentes. Esse processo de
Escolha é eterno, antes da existência de todas as coisas. Deus elegeu-nos antes
da fundação do mundo.
Ter certeza de que é um eleito de Deus, é saber que é portador de uma bênção imensurável.
DEUS NOS
ABENÇOU COM A SUA SANTA PREDESTINAÇÃO (v.5).
Não devemos considerar a predestinação como uma
atividade anterior a eleição, pois segundo Willian Hendriksen ela elucida o
propósito da eleição, por tanto, ela é sinônimo da eleição. Em seu infinito
amor, sem nada fora de si mesmo que o movesse, Deus separou seus eleitos para
que fossem seus próprios filhos.
Deus destinou seus eleitos para que fossem
membros de sua própria família (cf. Rm 8.15; Gl 4.5). Paulo afirma em Rm 8.15
que aqueles que foram eleitos não receberam “o espírito de escravidão, para
outra vez estar em temor, mas receberam o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai”. Paulo nos
diz também em Gl 4.5 que Deus enviou seu filho na plenitude dos tempos “para remir
os que estavam debaixo da lei, a fim de recebermos a adoção de filhos”. Quando
Deus adota, ele outorga seu Espírito! Essa adoção é por meio de Jesus Cristo,
para si mesmo.
É pelos méritos de Cristo que recebemos o
status de filhos, não pelos nossos próprios méritos. A evidencia da eleição e
de fomos predestinados está no fato de externarmos o Espirito Santo em tudo o
que fazemos neste mundo.
O predestinado evidencia a imagem de Cristo em sua vida. Paulo diz em Romanos 8:29: “Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”. Se somos realmente predestinados, devemos viver como predestinados.
DEUS
ABENÇOA A SUA IGREJA, PARA LOUVOR DE SUA PRÓPRIA GLÓRIA E DE SUA GRAÇA (Ef.1.6).
A eleição, que já foi descrita como uma
predestinação para a adoção de filhos é para o louvor da glória de sua graça. Toda ação foi executada pelo próprio
Deus, por isso Jesus afirma em João 15:5 que Ele é a Videira, nós os ramos e
que sem ele nada podemos fazer.
Hendriksen (2004) afirma de maneira contundente
que “o alvo final, para o qual tudo mais contribui, é o reconhecimento
adorativo (“louvor”) da excelência manifestada (“glória”) em favor dos indignos
(“graça”) daquele a quem se denomina “o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo”.
Não é para a nossa glória, não é para o nosso
louvor; a eleição deve fazer com que o crente seja mais humilde, pois tudo foi
planejado e executado por Deus. Nós não fizemos nada, por isso não temos que
bater no peito afirmando que aceitamos ou deixamos de aceitar. Deus nos
escolheu e isso é o que nos importa.
CONCLUSÃO:
O que devemos
compreender e qual a lição para as nossas vidas?
Primeiro,
Somos salvos pela graça e isso não vem de vós, é dom de Deus (Ef 2:8)
Segundo,
Nossos esforções são inúteis para sermos salvos e entrarmos na glória eterna;
Terceiro, Se realmente somos salvos, devemos refletir Cristo em tudo o que fazemos;
Quarto, A Salvação não nos deve deixar orgulhosos e soberbos, mas humildes, pois não dependeu de nós, mas de Cristo.
Finalmente, não devemos esperar bênçãos neste mundo, pois as bênçãos do crente são eternas – “Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo” (Ef 1.3).
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REFERÊNCIAS:
Hendriksen, William. COMENTÁRIO DO NOVO TESTAMENTO: Exposição de Efésios e Exposição de Filipenses. 2ª Ed. São Paulo: Editora Cultura Cristã, 2004.
MacArthur,
John. Efésios: Estudos Bíblicos. Traduzido
por Sergio Martins.
São
Paulo: Cultura Cristã, 2011.
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