Efésios 2.1-8
Como salientamos em mensagens
anteriores, Paulo quando escreveu esta carta, estava preso em Roma, por isso
ela faz parte da conhecida coleção de epistolas da prisão.
Estes versos que lemos nos traz
um breve panorama que tematiza a salvação destinada aos eleitos, como vimos em
Ef 1.4. Iremos refletir três pontos fundamentais para compreendermos como se dá
o processo de salvação do homem. Primeiro buscando entender que o ser humano
sem Cristo não passa de um “zumbi”, só que ao contrário, é vivo neste mundo e
morto para Deus; em segundo lugar, observaremos a respeito da Ira de Deus sobre
os pecadores, ira e não amor; por ultimo, refletiremos que o homem só pode ser
avivado por uma ação externa, ação essa efetuada pelo próprio Deus.
Ao final desta reflexão,
reavaliaremos cada ponto aqui tratado, trazendo assim, um reflexão aos nossos
corações.
O HOMEM SEM CRISTO ESTÁ MORTO (v.1)
A Bíblia relata a existência de dois tipos de morte: A morte
Física e a morte espiritual. A morte física como sabemos, é a separação do
corpo do espirito, conforme afalado em Gn 3:19.
A morte física, porém, é a separação do espirito com Deus, que
se dá de duas formas: Nesta vida, como expresso em Ef 2:1 e na vida eterna,
melhor, uma eternidade sem Deus, a morte eterna.
Paulo fala aos crentes que foram vivificados, aqueles que um dia
estiveram mortos espiritualmente, mas pelo poder e sacrifício de Cristo,
voltaram a viver para Deus. Foram transformados, regenerados. Paulo é claro
quando diz: “Ele
vos deu vida, estando vós mortos nos vossos delitos e pecados...” (v. 1).
O entendimento é que nós éramos mortos para Deus. Não tínhamos
nenhuma vontade de ir até Deus, por isso o vir até ele não dependeu de nós, mas
de Deus nos dar vida. O ato foi externo, ou seja, Deus nos vivificou estando
nós mortos em delitos e em Pecados. A única coisa que tínhamos de Deus, era a
ira eterna, pois “éramos por natureza
filhos da ira”, (v. 3).
Essa morte Espiritual é a, segundo John MacArthur, “total
depravação e perdição, resultando numa incapacidade absoluta de conhecer ou
agradar a Deus”.
O HOMEM
SEM CRISTO ESTÁ DEBAIXO DA IRA DE DEUS. (Vs. 2 e 3).
Paulo continua afirmando que
nós andávamos pelo caminho da perdição, “em
que noutro tempo andastes segundo o curso deste mundo”, (2ª). Paulo se
refere a estrutura do mundo ímpio, um mundo que segue os valores opostos a
Deus. Nós andávamos neste sistema de oposição a Deus. Do fato de que seguíamos
as potestades do ar, que são as entidades contrárias a um modo de vida que
agrada a Deus e à sua Lei.
A sociedade atual tem nutrido o
pensamento de que Deus ama todas as pessoas, independente se praticam o bem ou
mal diante de Deus e também do Próximo. Estes não aceitam a verdade de que
todos aqueles que se opõem a Deus e a sua Palavra, estão debaixo da sua ira e
não do seu amor. Paulo deixa claro que antes de andarmos nos caminhos do amor
de Deus, andávamos nos caminhos da ira de Deus, pois “éramos por natureza filhos da ira,
como os outros também”. Paulo nos iguala a sociedade ímpia, antes
da conversão, pois como os outros “andávamos
nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos” (3a),
por isso “éramos por
natureza filhos da ira, como os outros também” (3b).
Por isso a igreja é a “Voz do
que clama no deserto”. A igreja deve clamar para que os ímpios “Endireitem as
suas veredas" (Mateus 3 : 3), pois Jesus está voltando. Quando a igreja se
cala as pedras clamam, (Lc 19:40). O apostolo Paulo afirma em Romanos 1:18 que
“...a ira de Deus é revelada dos céus contra toda impiedade e injustiça dos
homens...”. O homem sem Deus não pode se voltar para Deus pelo fato de estar
debaixo da ira de Deus. Deus está irado
com a humanidade caída pelo fato de não haver “nenhum justo, nem um sequer” (Rm
3.10). Os caminhos do homem natural são contrários aos caminhos de Deus, porque
“Não há ninguém que
entenda; Não há ninguém que busque a Deus...; Não há quem faça o bem, não há
nem um só (Rm 3. 11, 12). Por isso “... o homem natural não compreende as coisas do Espírito de
Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se
discernem espiritualmente” (1 Cor 2:14).
Ao refletir sobre estas
verdades, conclui-se que o homem sem Deus não é alvo do amor salvador de Deus,
mas da ira condenatória de Deus. Por isso devemos avaliar as nossas vidas neste
mundo e andar como filhos da luz (Ef 5.8).
AS
MISERICÓRDIAS DE DEUS NOS PROPORCIONOU A VIDA NÃO PARA ESTE MUNDO, MAS PARA
DEUS (Ef 1.4-6).
O aposto Paulo esclarece que
embora tenhamos nascido mortos em pecado e por consequência alvos da justa ira
de Deus, Deus sendo misericordioso nos vivificou. Essa vivificação está
fundamentada no muito amor de Deus para com os seus eleitos, pois Ele “que é
riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou...” (Ef 2.4),
nos deu vida. Antes mortos para Deus; éramos inanimados, não tínhamos poder
decisivo, pois morto não tem vontade própria, ele depende de uma ação externa
para ser transportado e ter movimento. A ação externa partiu do próprio Deus e
não nossa, pois não tínhamos vontade própria para aceitar ou rejeitar a Deus, a
nossa salvação além de ser um ato de misericórdia, também foi uma ação da graça
Soberana de Deus, por isso Paulo lembra a igreja que “pela graça sois salvos,
por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus” (Ef 1.8).
A Graça é o favor imerecido de
Deus para com o homem. Nenhum ser humano é merecedor da salvação que lhe dar,
mas mesmo assim, Deus o salva. As obras dos homens são obras carnais,
divorciadas de uma postura que agrada a Deus. Deus disse que “somos como o
imundo, e todas as nossas justiças como trapo da imundícia” (Is 64:6).
Se somos salvos, é porque mesmo
sem merecer, Deus nos amou. “...pelo seu muito amor com que nos amou...” (Ef
2:4b), não por que merecemos, ou porque somos bons aos olhos de Deus, pois
somos os piores pecadores, é isso que Paulo reconhece em 1 Tm 1.15 quando diz
que: “Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos quais eu SOU O
PRINCIPAL”.
CONCLUSÃO:
O que devemos aplicar?
Primeiro, devemos entender que sem Cristo estamos mortos e não podemos fazer absolutamente nada para revivermos.
Segundo, devemos entender que o pecado faz uma divisão entre nós e Deus, pois o pecado provoca a santa Ira de Deus.
Finalmente, se somos salvos é unicamente por causa da Graça de
Deus revelada em Cristo a qual foi direcionada a nós. Não por obras, pois as
nossas boas obras são como trapos de imundícia. Foi Deus que nos amou primeiro
e não o contrário. (1 João 4:19).