sexta-feira, 16 de julho de 2021

CONHECER E PROCEGUIR CONHECENDO

 



 Oséias 6:1-3

    Oséias é um dos profetas menores levantados por Deus para falar ao Reino de Israel. Oséias foi contemporâneo de Amós, pois ambos profetizaram, Tanto um como outro profetizaram no final dos melhores tempos de Israel, como nos tempos de crise.

        Após a morte de Salomão, Roboão assume o trono no lugar do pai, porém por falta de sabedoria em consultar a Deus como fez Salomão seu pai, inicia o reinado causando uma divisão entre as tribos, conforme o registro de 1 Reis 12.1-15. As dez tribos deixam Roboão e segue Jerobão que reina sobre elas, dai a divisão entre o Reino do Sul sobre o reinado de Roboão e o reino do norte sobre o reinado de Jeroboão.

        Oséias profetizou no reino do norte nos dias de “...Uzias, Jotão, Acaz, Ezequias, reis de Judá, e nos dias de Jeroboão...”, conforme o registro em Os 1.1. Oséias foi levantado para falar a uma nação que havia se desviado de Deus, uma nação que se prostituiu servindo outros deuses, Os 2.13.

    Através da experiência pessoal do profeta Oseias com sua esposa adúltera, Deus exemplificou o adultério religioso do Reino do Norte. Deus usa o profeta Oséias, para mostrar o reino do norte as causas do castigo que sobreviria sobre eles e os chama ao arrependimento, mostrando a importância de conhecer a Deus.

Quais são as implicações do não conhecermos a Deus?

 

QUANDO NÃO CONHECEMOS A DEUS, SÓ NOS RESTA DESTRUIÇÃO


Israel foi estabelecido nos tempos do Rei Salomão no alicerce da sabedoria e do conhecimento vindos de Deus, 1 Reis 3.9. Salomão poderia pedir a Deus muitos dias de vida, riquezas e a destruição dos inimigos, pois Deus o daria todas essas coisas, como Ele mesmo falou: “Pede o que queres que eu te dê” (1 Reis 3.5). Mas ele pediu que Deus lhe desse um coração sábio.

        O reino de Israel sob o reinado de Salomão foi um reino propero por que havia sabedoria vinda do alto, porém após a morte de Salomão, o seu filho Roboão não busco sabedoria, antes fechou os ouvidos para os conselhos dos anciãos que estiveram com Salomão durante o reinado. A consequência de fechar os ouvidos para os conselhos sábios gerou um processo de desconstrução do reino de Israel, começando com a divisão do reino em dois reinos, 1 Reis 2.

    O reino do norte estava colhendo os resultados por abandonar o conhecimento de Deus, por isso Oséias foi levantado para revelar a palavra de Deus ao povo que estava sendo destruído por que havia falta de conhecimento, Os 4.6. Sem o conhecimento de Deus, a nação definha e chega a destruição. Deus disse: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento” Os 4.6.

    Muitos têm abandonada a vida com Deus, por que abandonou o conhecimento de Deus, servindo as suas próprias deduções de Deus.


A NAÇÃO ESTAVA SENDO DESTRUIDA POR QUE OS LIDERES ABANDONARAM O CONHECIMENTO DE DEUS, CONDUZINDO O POVO AO ERRO


        Deus dirigi uma palavra aos sacerdotes e ao rei dizendo: “...contra vós se dirige este juízo, visto que fostes um laço para Mizpá, e rede estendida sobre o Tabor.” Os 51.

         Comentando este versículo, CALVINO (2008) diz que “os sacerdotes, absorvidos pelo lucro, descuraram do culto de Deus”, ou seja, não dispensaram cuidados com o culto a Deus. LOPES (2010) afirma que “O juízo de Deus cai primeiro sobre os sacerdotes, pois os pecados da liderança são os mestres do pecado”. O oficio Sagrado havia sido corrompido por aqueles que deveria ser leais ao Senhor e ao seu culto.

        Os sacerdotes eram mensageiros do Senhor dos Exércitos, que deviam guardar o conhecimento para instruir o povo, mas esses sacerdotes desviaram-se do caminho e fizeram tropeçar o povo, LOPES (2010). Quanto ao rei, sua missão seria governar com verdade e justiça, porém os reis de Israel patrocinaram a violência no reino de Israel, com a idolatria pagã.

     Para que uma nação prospere é preciso haver dois princípios importantes: O comprometimento com a  justiça e com a verdade. Jesus de forma incansável ensinou que os seus servos deveriam ser comprometidos com a verdade e para ser comprometido com a verdade, é preciso conhecê-la, por isso Jesus diz: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”, João 8:32. Nossa nação perece por que se afastou da verdade. Nossa nação abandonou a verdade de Deus. Nossa nação politizou a verdade de Deus, por isso está perecendo.

         Quando abandonamos o conhecimento de Deus, somos destruídos. Enquanto o reino estava sendo governado com o conhecimento e sabedoria de Deus, havia prosperidade e o Nome do senhor era conhecido pelas nações vizinhas. Quando Israel abandou o conhecimento e a verdade de Deus, iniciou-se um processo de desconstrução e destruição tanto na esfera politica, quanto na esfera religiosa.

 

A ESPERANÇA DE UMA NAÇÃO ESTÁ NO RECONHECIMENTO DE QUE SE AFASTOU DE DEUS E QUE ESTÁ DISPOSTA A RETORNA AOS PÉS DO SENHOR.


 O versículo 15 do capitulo 6, nos mostra que todo o sofrimento que a nação estava passando iria gerar um reconhecimento de quer tudo o que estavam passando era consequências do abandono da caminhada ao lado de Deus. (Os 6.15).

         O Espirito Santo gera em nossos corações um senso de arrependimento verdadeiro. Esse arrependimento não pode ser confundido com simples emocionalismo, mas com um reconhecimento de pecados e uma mudança de atitude, (Os 6:1). Quando nos voltamos para Deus, a nossa esperança se eleva ao ponto de crermos que Deus irá mudar a nossa história, como vemos o v. 2 do capitulo 6 de Oséias. (Os 6.2).

        Devemos entender que tudo que está acontecendo em nossos dias, é consequência do distanciamento do homem com Deus e a atual situação não está passando desapercebida aos olhos de Deus, como Ele próprio informa em Oséias 6: 5. Deus nos exorta a dedicarmos a nossa vida em conhecê-lo e prosseguir neste conhecimento, como descrito no v.3.

        Satanás é tão astuto que tem colocado no coração de muitas pessoas de que o que conhecemos de Deus é o suficiente, por isso, muitos têm caído, pois a ordem de Deus é que devemos prosseguir o conhecendo. Concordo com Calvino quando diz que “Deus não aplica sobre nós chagas mortais; mas fere para curar”. CALVINO, (2008). Cremos piamente que Deus irá curar a nossa nação, mas quando a nação se voltar para ele.

 

CONCLUSÂO:

O texto que escolhemos para este sermão nos ensina que:

1. Quando decidimos que já conhecemos o suficiente de Deus e que não precisamos mais buscar conhecimento dEle, o que nos resta é o enganos e a destruição;

2. Como lideres, devemos buscar o conhecimento de Deus e transmiti-lo ao povo de Deus e quando deixamos de cumprir esse propósito, conduzimos o povo de Deus a destruição eminente e quando o governo não apoia o conhecimento verdadeiro de Deus, ele introduz o engano e o ensino distorcido de Deus, fazendo a nação pecar contra o senhor.

 3. Finalmente, entendemos que a nossa nação precisa de um avivamento, porém o mesmo só será possível quando a Palavra de Deus se tornar o centro das nossas vidas e do culto que prestamos a Deus. Apenas dessa forma poderemos afirmar que “Feliz é a nação cujo Deus é o SENHOR...” Salmos 33.12.


Pr. Davi Nascimento

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Referências:

LOPES, Hernandes Dias. Oseias: O amor de Deus em ação. São Paulo, SP: Hagnos 2010.

CALVINO, João. Comentário Sobre Oséias. Tradução para o português: Vanderson Moura da Silva Edição: Felipe Sabino de Araújo Neto. Monergismo 2008.


 

quinta-feira, 1 de julho de 2021

A MORTE DE UMA IGREJA

 


        

Por Rev. Hernandes Dias Lopes


        As sete igrejas da Ásia Menor, conhecidas como as igrejas do Apocalipse, estão mortas. Restam apenas ruínas de um passado glorioso que se foi. As glórias daquele tempo distante estão cobertas de poeira e sepultadas debaixo de pesadas pedras. Hoje, nessa mesma região tem menos de 1% de cristãos. Diante disso, uma pergunta lateja em nossa mente: o que faz uma igreja morrer? Quais são os sintomas da morte que ameaçam as igrejas ainda hoje?

 

1. Em primeiro lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela se aparta da verdade. Algumas igrejas da Ásia Menor foram ameaçadas pelos falsos mestres e suas heresias. Foi o caso da igreja de Pérgamo e Tiatira que deram guarida à perniciosa doutrina de Balaão e se corromperam tanto na teologia como na ética. Uma igreja não tem antídoto para resistir a apostasia quando abandona sua fidelidade às Escrituras nem a inevitabilidade da morte quando se aparta dos preceitos de Deus. Temos visto esses sinais de morte em muitas igrejas na Europa, América do Norte e também no Brasil. Algumas denominações históricas capitularam-se tanto ao liberalismo como ao misticismo e abandonaram a sã doutrina. O resultado inevitável foi o esvaziamento dessas igrejas por  um lado ou o seu crescimento numérico por outro, mas um crescimento sem compromisso com a verdade e com a santidade. Não podemos confundir numerolatria com crescimento saudável. Nem sempre uma multidão sinaliza o crescimento saudável da igreja. Uma igreja pode ser grande e mesmo assim estar gravemente enferma. Sempre que uma igreja troca o evangelho da graça por outro evangelho, entra por um caminho desastroso.

 

2. Em segundo lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela se mistura com o mundo. A igreja de Pérgamo estava dividida entre sua fidelidade a Cristo e seu apego ao mundo. A igreja de Tiatira estava tolerando a imoralidade sexual entre seus membros. Na igreja de Sardes não havia heresia nem perseguição, mas a maioria dos crentes estava com suas vestiduras contaminadas pelo pecado. Uma igreja que flerta com o mundo para amá-lo e conformar-se com ele não permanece. Seu candeeiro é apagado e removido. Alguém disse: "Fui procurar a igreja e a encontrei no mundo; fui procurar o mundo e o encontrei na igreja". A Palavra de Deus é clara: ser amigo do mundo é constituir-se inimigo de Deus. Quem ama o mundo, o amor do Pai não está nele. Há pouca ou quase nenhuma diferença hoje entre o estilo de vida daqueles que estão na igreja e daqueles que estão comprometidos com os esquemas do mundo. O índice de divórcio entre os cristãos é tão alto como daqueles que não professam a fé cristã. O número de jovens cristãos que vão para o casamento com uma vida sexual ativa é quase o mesmo daqueles que não frequentam uma igreja evangélica. A bancada evangélica no Congresso Nacional é conhecida como a mais corrupta da política brasileira. A teologia capenga produz uma vida frouxa. Precisamos voltar aos princípios da Reforma e clamar por um reavivamento!

 

3. Em terceiro lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela não discerne sua decadência espiritual. A igreja de Sardes olhava-se no espelho e dava nota máxima para si mesma, dizendo ser uma igreja viva, enquanto aos olhos de Cristo já estava morta. A igreja de Laodicéia considerava-se rica e abastada, quando na verdade era pobre e miserável. O pior doente é aquele que não tem consciência de sua enfermidade. Uma igreja nunca está tão à beira da morte como quando se vangloria diante de Deus pelas suas pretensas virtudes. O cristão não deve ser um fariseu. O fariseu aplaudia a si mesmo por causa de suas virtudes, mas olhava para os publicanos e os enchia de acusações descaridosas. O cristão verdadeiro não é aquele que faz um solo do hino "Quão grande és tu" diante do espelho, mas aquele chora diante de Deus por causa de seus pecados.

4. Em quarto lugar, a morte de uma igreja acontece quando ela não associa a doutrina com a vida. A igreja de Éfeso foi elogiada por Jesus pelo seu zelo doutrinário, mas foi repreendida por ter abandonado seu primeiro amor. Tinha doutrina, mas não vida; ortodoxia, mas não ortopraxia; teologia boa, mas não vida piedosa. Jesus ordenou a igreja a lembrar-se de onde tinha caído, a arrepender-se e a voltar à prática das primeiras obras. Se a doutrina é a base da vida, a vida precisa ser a expressão da doutrina. As duas coisas não podem viver separadas. Doutrina sem vida produz orgulho e aridez espiritual; vida sem doutrina desemboca em misticismo pagão. Uma igreja viva tem doutrina e vida, ortodoxia e piedade, credo e conduta!

5. Em quinto lugar, a morte de uma igreja acontece quando falta-lhe perseverança no caminho da santidade. As igrejas de Esmirna e Filadélfia foram elogiadas pelo Senhor e não receberam nenhuma censura. Mas, num dado momento, nas dobras do futuro, essas igrejas também se afastaram da verdade e perderam sua relevância. 


Conclusão:

Não basta começar bem, é preciso terminar bem. Falhamos, muitas vezes, em passar o bastão da verdade para a próxima geração. Um recente estudo revela que a terceira geração de uma igreja já não tem mais o mesmo fervor da primeira geração. É preciso não apenas começar a carreira, mas terminar a carreira e guardar a fé! É tempo de pensarmos: como será nossa igreja nas próximas gerações? Que tipo de igreja deixaremos para nossos filhos e netos? Uma igreja viva ou igreja morta?


Rev. Hernandes Dias Lopes