“... Aquele que
de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”. João 8:7
O
que seria de nós se não houvesse o perdão de Deus para as nossas vidas? E, se
Deus nos julgasse, segundo a nossa própria justiça ou método de julgar outras
pessoa?
O
texto que temos aqui, trata de algo que era prescrito na lei de Moisés, pois
como eles mesmos afirmaram: “...Mestre,
esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés
que as tais sejam apedrejadas...”, João 8:4-5. Aqueles homens, claro de uma
maneira hipócrita estava agindo dentro da “lei”, mas acima daquilo que eles
imaginavam ou pensavam ser Deus, estava o perdão do próprio Deus, em Cristo.
Dentro disto temos três tipos de pessoas, Três ações a serem executadas e Uma
aplicação para os nossos dias.
1.
Três
tipos de pessoas:
a.
A mulher – O pecado dela
era real. Ela realmente havia pecado, Jesus em momento algum nega isto e nem a
própria mulher nega isto. Esta mulher conhecia bem a lei de Moisés, sabia das consequências
por tal ato.
b.
Os Escribas e
Fariseus –
Eram homens que se apresentaram como cumpridores da lei de Moisés: “E na lei nos mandou Moisés que
as tais sejam apedrejadas...” João 8:5. Claro que o que estava por traz disso
tudo era o plano para prender Jesus (Jo 8.6), e não o cumprimento da lei em si,
pois se queriam de fato cumprir a lei, não precisavam trazer a mulher até
Jesus.
c.
Jesus – Filho do Deus
Vivo, considerado pelo povo e em especial entre os Escribas e Fariseus como “Rabi”,
ou seja, Mestre. Jesus se destacava por sua dinâmica no ensino da Palavra de
Deus e na aplicação da mesma, ou seja, como ela deveria ser aplicada nas vidas
e o destaque e ênfase no texto em questão é o PERDÃO.
2.
Três
Ações a serem executadas:
a.
O pecado – A mulher agiu
de uma forma pecaminosa, ao ponto em que o seu pecado era passivo de
condenação, pois a sua ação pecaminosa agredia a santidade de Deus.
b.
Os Escribas e
Fariseus
– Eram homens que conheciam a lei de Deus e responsáveis por manter a ordem
religiosa do povo de Deus. A ação a ser tomada, era a punição ao apedrejamento.
Podemos afirmar que eles estavam cumprindo o seu dever, fazendo com que a lei
fosse observada e obedecida, essa era sua função. Claro que o que estava por
traz de sua ação não era o cumprir a lei, mas pegar Jesus em contradição e esta
postura revela os seus corações pecadores e isso os tornava semelhantes àquela
mulher, por isso para julga-la teriam que julgarem a si próprios, e isso eles
não estavam dispostos a fazer.
c.
Jesus – O único que
tinha aptidão para julgar retamente, e isto ele o fez. Julgou não só o pecado
daquela mulher, como também daqueles homens. A ação de Jesus para com aqueles
homens foi: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire
pedra contra ela”, João 8:7 A ação de Jesus para com a mulher foi: “Nem eu
também te condeno; vai-te, e não peques mais”, João 8:11. Ação de Jesus para
com aqueles homens foi a reflexão, eles precisavam refletir sobre suas próprias
vidas pecaminosas, porém para com a mulher, a ação de Jesus foi o perdão, aquela
mulher estava perdoada, mas não deveria pecar mais. Ela deveria renunciar a sua
vida de pecados.
3.
Uma
aplicação para os nossos dias:
A mulher, os
escribas e fariseus e Jesus, estes foram, personagens reais nos tempos do Novo
Testamento e o são em nossos dias. As três ações ainda são reais: Pecado,
condenação e perdão.
O que nos deixa
confusos em nossos dias com a postura da igreja em tratar com o pecado, pois
esta vai de um extremo ao outro, ou seja, ou trata o pecado como algo
insignificante ou age com base no legalismo eclesiástico.
Como se dá esta
situação? O pecado é realizado com todo ardor pelo pecador, ele tem satisfação
em pecar, porém quando se há um perdão real da parte de Cristo, quem somos nós
para não aceitar tal perdão? Jesus ensina na oração do Pai Nosso que devemos
pedir perdão a Deus e Ele perdoa como nós perdoamos aqueles que tem
transgredido contra nós. E agora? Se Deus nos perdoasse como nós perdoamos ao nosso
próximo, o que seria de nós.
Devemos aceitar
aqueles a quem Deus perdoou; devemos restaurar aqueles que Deus restaurou. Quem
somos nós para condenar aqueles que Deus absorveu? Quem somos nós pra julgar
como condenado, aqueles que Deus perdoou? Paulo nos diz: “Quem intentará acusação contra
os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é
Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à
direita de Deus, e também intercede por nós”, (Rm 8:33-34); diz ainda
que “nenhuma
condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne,
mas segundo o Espírito”, (Rm 8.1). E agora, oh tu que julgas o teu
irmão que foi justificado, perdoado e absorvido por Cristo? Concluo esta
reflexão dizendo: Baixem suas pedras e Perdoe, mas perdoe de verdade!
Pr. Davi Gomes do Nascimento