sábado, 25 de abril de 2015

Refletindo em João 8.7


“... Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”.  João 8:7

O que seria de nós se não houvesse o perdão de Deus para as nossas vidas? E, se Deus nos julgasse, segundo a nossa própria justiça ou método de julgar outras pessoa?
O texto que temos aqui, trata de algo que era prescrito na lei de Moisés, pois como eles mesmos afirmaram: “...Mestre, esta mulher foi apanhada, no próprio ato, adulterando. E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas...”, João 8:4-5. Aqueles homens, claro de uma maneira hipócrita estava agindo dentro da “lei”, mas acima daquilo que eles imaginavam ou pensavam ser Deus, estava o perdão do próprio Deus, em Cristo. Dentro disto temos três tipos de pessoas, Três ações a serem executadas e Uma aplicação para os nossos dias.

1.     Três tipos de pessoas:

a.     A mulher – O pecado dela era real. Ela realmente havia pecado, Jesus em momento algum nega isto e nem a própria mulher nega isto. Esta mulher conhecia bem a lei de Moisés, sabia das consequências por tal ato.

b.     Os Escribas e Fariseus – Eram homens que se apresentaram como cumpridores da lei de Moisés: E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas...” João 8:5. Claro que o que estava por traz disso tudo era o plano para prender Jesus (Jo 8.6), e não o cumprimento da lei em si, pois se queriam de fato cumprir a lei, não precisavam trazer a mulher até Jesus.

c.      Jesus – Filho do Deus Vivo, considerado pelo povo e em especial entre os Escribas e Fariseus como “Rabi”, ou seja, Mestre. Jesus se destacava por sua dinâmica no ensino da Palavra de Deus e na aplicação da mesma, ou seja, como ela deveria ser aplicada nas vidas e o destaque e ênfase no texto em questão é o PERDÃO.

2.       Três Ações a serem executadas:

a.     O pecado – A mulher agiu de uma forma pecaminosa, ao ponto em que o seu pecado era passivo de condenação, pois a sua ação pecaminosa agredia a santidade de Deus.

b.     Os Escribas e Fariseus – Eram homens que conheciam a lei de Deus e responsáveis por manter a ordem religiosa do povo de Deus. A ação a ser tomada, era a punição ao apedrejamento. Podemos afirmar que eles estavam cumprindo o seu dever, fazendo com que a lei fosse observada e obedecida, essa era sua função. Claro que o que estava por traz de sua ação não era o cumprir a lei, mas pegar Jesus em contradição e esta postura revela os seus corações pecadores e isso os tornava semelhantes àquela mulher, por isso para julga-la teriam que julgarem a si próprios, e isso eles não estavam dispostos a fazer.

c.      Jesus – O único que tinha aptidão para julgar retamente, e isto ele o fez. Julgou não só o pecado daquela mulher, como também daqueles homens. A ação de Jesus para com aqueles homens foi: “Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela”, João 8:7 A ação de Jesus para com a mulher foi: “Nem eu também te condeno; vai-te, e não peques mais”, João 8:11. Ação de Jesus para com aqueles homens foi a reflexão, eles precisavam refletir sobre suas próprias vidas pecaminosas, porém para com a mulher, a ação de Jesus foi o perdão, aquela mulher estava perdoada, mas não deveria pecar mais. Ela deveria renunciar a sua vida de pecados.

3.     Uma aplicação para os nossos dias:

A mulher, os escribas e fariseus e Jesus, estes foram, personagens reais nos tempos do Novo Testamento e o são em nossos dias. As três ações ainda são reais: Pecado, condenação e perdão.
O que nos deixa confusos em nossos dias com a postura da igreja em tratar com o pecado, pois esta vai de um extremo ao outro, ou seja, ou trata o pecado como algo insignificante ou age com base no legalismo eclesiástico.
Como se dá esta situação? O pecado é realizado com todo ardor pelo pecador, ele tem satisfação em pecar, porém quando se há um perdão real da parte de Cristo, quem somos nós para não aceitar tal perdão? Jesus ensina na oração do Pai Nosso que devemos pedir perdão a Deus e Ele perdoa como nós perdoamos aqueles que tem transgredido contra nós. E agora? Se Deus nos perdoasse como nós perdoamos ao nosso próximo, o que seria de nós.
Devemos aceitar aqueles a quem Deus perdoou; devemos restaurar aqueles que Deus restaurou. Quem somos nós para condenar aqueles que Deus absorveu? Quem somos nós pra julgar como condenado, aqueles que Deus perdoou? Paulo nos diz: “Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica. Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós”, (Rm 8:33-34); diz ainda que “nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito”, (Rm 8.1). E agora, oh tu que julgas o teu irmão que foi justificado, perdoado e absorvido por Cristo? Concluo esta reflexão dizendo: Baixem suas pedras e Perdoe, mas perdoe de verdade!  



Pr. Davi Gomes do Nascimento