Texto: Apocalipse 2.10
Introdução:
Qual o significado da palavra fidelidade? Fidelidade é tanto a qualidade
de permanência do fiel em relação à sua base doutrinária, quanto à permanência
de um comportamento ou conduta em conformidade com o prescrito. Tudo isto nos
leva ao significado geral de fidelidade que é a lealdade em tudo. A fé de
alguém é comprovada pela sua fidelidade. Ela está firmada na crença em Deus e
numa profunda e permanente confiança que é capaz de nos amparar em todas as
circunstâncias da vida. A fé é demonstrada pela nossa lealdade e pela coerência
na nossa vida cristã. O fruto da fidelidade é uma realidade na sua vida? Vamos
falar hoje de três aspectos da fidelidade na vida do crente:
1. Aspecto na prosperidade
2. Aspecto nas tribulações
3. Aspecto na vida espiritual
I. A FIDELIDADE NO ASPECTO DA PROSPERIDADE
Talvez este aspecto seja o menos que nos chama a atenção, pois muitas
pessoas dizem que são fiéis em tudo, inclusive na prosperidade. Por outro lado
sabemos que é na prosperidade que muitas pessoas são infiéis a Deus. Temos
inúmeros relatos na Bíblia, que quando estavam vivendo dias prósperos, se
esqueciam de Deus, um exemplo foi a nação de Israel nos dias do profeta Amós. A
mós foi um profeta de Deus no 8º século antes de Cristo. Foi enviado de Judá, o
reino do sul, a Israel, o reino mais corrupto ao seu norte, para chamar o povo
ao arrependimento. A tarefa de Amós foi difícil. Sob o governo do rei Jeroboão
II, a nação de Israel vivia na maior prosperidade desde os reinados de Davi e
Salomão mais de 200 anos antes. Aquele povo, como muitas pessoas religiosas
hoje, interpretava a prosperidade como sinal da aprovação divina e, por isso,
foi resistente aos desafios lançados por profetas como Amós. Uma nação inteira,
se esqueceu do que Deus fez no passado, lhes dando libertação e lhes
transformando em uma grade nação. O profeta Amós fala abertamente ao povo,
sobre o estado em que caíram, dando lugar as coisas materiais e esquecendo
Deus. O capitulo 6 de Amós nos dá detalhes sobre a infidelidade do povo de
Israel, Infidelidade de tal maneira que chegou a transformar-se em idolatria.
Os vs. 13 e 14 do capitulo 6, nos mostra Deus falando a respeito da situação
que o povo estava vivendo: “Vós que vos alegrais do nada, vós que dizeis: Não é
assim que por nossa própria força nos temos tornado poderosos? Porque, eis que
eu levantarei sobre vós, ó casa de Israel, uma nação, diz o SENHOR, o Deus dos
Exércitos, e oprimir-vos-á, desde a entrada de Hamate até ao ribeiro do deserto”.
Quando estamos vivendo dias favoráveis, devemos nos lembrar que o mesmo Deus
que dá é o Deus que tira e retém as bênçãos. O outro exemplo trata de um homem
extremamente rico, que no ponto de vista sócio religioso, poderia ser um homem
que cumpria a risca a lei de Deus e como ele mesmo falou: “Tudo isso tenho
guardado desde a minha mocidade”, ao passo que esse homem foi experimentado por
Cristo, se de fato ele o seguiria verdadeiramente, esse homem baixou sua cabeça
e foi embora triste, pois era dono de muitas propriedades, conforme Mt 19.22.
Jesus não condenou a prosperidade, nem a riqueza, o que ele condenou, foi fazer
das prosperidades, trabalhos e riqueza o seu deus, pois Deus odeia e aborrece e
condena a idolatria. Quem serve a Deus verdadeiramente, prospera e conforme a
vontade de Deus, pode até ser rico, pois ele disse que é “dono da prata e do
ouro”, e nós somos apenas administradores daquilo que não nos pertence. É na
prosperidade que somos testados a sermos fiéis em tudo inclusive nos dízimos e
ofertas conforme Malaquias 3.11: “E por causa de vós repreenderei o devorador,
e ele não destruirá os frutos da vossa terra; e a vossa vide no campo não será
estéril, diz o SENHOR dos Exércitos”. Fidelidade acima de tudo.
II. A FIDELIDADE NO ASPECTO DAS TRIBULAÇÕES
Alguém poderia perguntar: “É possível uma pessoa ser fiel a Deus, em
meio a tribulações?” A resposta é sim! E tem exemplos na Palavra de Deus de
pessoas que foram fiéis a Deus, vivendo em estado extremo de miséria, o nome
dessa pessoa é Jó. Para a ciência e história, apenas um mito; para a igreja uma
realidade. A Bíblia nos fala da real existência de Jó, e que este era muito
prospero. Um dia o diabo pediu que Deus permitisse tocar em Jô, pois este só
era fiel por causa da prosperidade, família e saúde. O diabo reconheceu que Jó
era um homem fiel a Deus e que em consequência dessa fidelidade, Deus o havia
abençoado com muitas bênçãos. Deus permite que o diabo assole Jó, mas que
poupasse a sua vida; o diabo assim o fez, porém Jó não negou o Senhor, mesmo
vivendo em grande tribulação. As áreas que o diabo tocou em Jó foram:
• Bens
• Família e,
• Saúde
Três áreas de grande importância ao
ser humano: Bens, Família e, Saúde. Se queremos saber quem é uma pessoa toque
em seu bolso, família ou a sua saúde. Como podemos ver antes, há pessoas que se
afastam de Deus quando estão vivendo em prosperidade, quando tudo está dando
certo em sua vida, porém se aproximam de Deus quando tudo vai mal e quando o
barco está prestes a afundar. Como será que Deus vê esta situação? Em Jó 21
13-15 nos é dito: “Na prosperidade gastam os seus dias, e num momento descem à
sepultura. E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter
conhecimento dos teus caminhos. Quem é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos?
E que nos aproveitará que lhe façamos orações?”. Enquanto prosperam não estão
preocupados com as coisas de Deus e nem com os seus caminhos, muito menos com a
prática da oração. Como Deus está vendo isto? “Quantas vezes sucede que se
apaga a lâmpada dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus na sua ira
lhes reparte dores”, V. 17. Muitas pessoas estão caminhando a passos largos
para a destruição, pois tem esquecido que tudo pertence ao Senhor. Temos uma ideia
de tudo isto: Muitas pessoas estudam e almejam formarem: Médicos, advogados,
professores, engenheiros... etc. No meio evangélico, quantos almejam ser:
Missionários, pastores, evangelistas, educadores infantis... etc. Sabem porque
a primeira alternativa é mais almejada? Por que para muitos, a profissão ou o
querer fazer não está muito em jogo, mas os seus altos ganhos. Quantos de nós
buscamos nos capacitar para realizar a obra de Deus como ele deseja? Quantos de
nós temos vontade de ler a palavra de Deus ao ponto de estarmos preparados para
a seara do Mestre? Um certo pastor em uma de suas pregações ele disse: “Sabe
por que muitos de nós, não temos vontade de ler a Bíblia? Por que não cremos no
que está escrito nela. Não cremos nas promessas que estão descritas para as
nossas vidas. Sabe por que não oramos com mais frequência? Por que não cremos
no poder da oração”. Para justificar a resposta, o pastor falou: “Você se
levanta de cinco da manhã para trabalhar e sai satisfeito. Chega no horário
certo no trabalho, não se atrasa jamais. Você sabe que está fazendo tudo isto,
por que no final do mês você vai receber. Se o seu patrão lhe chamar e dizer
que você vai trabalhar todo o mês, porém sem certeza de que você irá receber o
seu salário, você vai continuar fiel ao seu trabalho? Então, por que com as coisas
de Deus tudo tem que ser feito com mal gosto, com mal vontade? Não temos
pontualidade nos horários de cultos, só chegamos atrasados, somo infiéis nos
dízimos, nas programações da igreja... se você fosse remunerado para vir a
igreja você cumpriria toda obrigação? Essa foi a palavra do pastor de uma forma
parafraseada. Mas quando estamos vivendo em adversidade queremos ser fiéis,
achamos que Deus não conhece os nossos corações. Deus nos conhece, e ele sabe
exatamente se somos verdadeiros ou não. Sejamos fiéis, mesmo em meio a falta de
prosperidade.
III. A FIDELIDADE NO
ASPECTO DA VIDA ESPIRITUAL
Em Mateus 25.14-30, nos fala de um
homem que partindo para uma terra distante, distribuiu os seus bens com os seus
servos, para estes administrarem, mas entre estes havia um que escondeu o que o
seu senhor havia lhe dado, ao passo que voltando o seu senhor pediu-lhes contas
de tudo o que havia deixado, porém o servo que havia ficado com um talento
disse: “Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não
semeaste e ajuntas onde não espalhaste; E, atemorizado, escondi na terra o teu
talento; aqui tens o que é teu” VS. 24, 25. A infidelidade do servo, foi não
ter cumprido o que o seu senhor havia ordenado e este servo chega a receber uma
sentença que muitos irão receber no dia do juízo final, por serem infiéis para
com Deus. O senhor daquele servo disse a ele: “Mau e negligente servo; sabias
que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei? Devias então ter dado o
meu dinheiro aos banqueiros e, quando eu viesse, receberia o meu com os juros.
Tirai-lhe pois o talento, e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer
que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver até o que tem
ser-lhe-á tirado. Lançai, pois, o servo inútil nas trevas exteriores; ali
haverá pranto e ranger de dentes, VS. 26-30. Não basta apenas dizer que somos
servos, mas servos úteis para o serviço do Mestre. A palavra nos diz que
devemos ser padrão em termos de vida espiritual. Paulo distingue o crente
carnal e o crente espiritual: Ora, o homem natural não compreende as coisas do
Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque
elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e
ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do SENHOR, para que
possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo, 1 Cor 2.14-16. Paulo resume
a fidelidade no aspecto espiritual no fato de que o crente espiritual tem a
mente de Cristo. O crente carnal possui uma grande estima própria. Julga sempre
que os outros não estão no mesmo grau de espiritualidade que eles.
Consideram-se capazes de ensinar a outros, prometendo-lhes até liberdade,
quando eles mesmos são escravos da corrupção e participantes dos mesmos erros.
São ágeis em esconder os seus pecados, em camuflar os seus desejos, mas estão
sempre prontos a condenar os erros dos outros. Paulo nos diz em Romanos 8.7,8
que a inclinação da carne é inimizade contra Deus, pois não é sujeita à lei de
Deus, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem
agradar a Deus. A fidelidade é fruto de fé autêntica em Deus e esta fé
autentica é fruto de uma vida espiritual autêntica. Paulo diz no verso 9: Vós,
porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita
em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. Se
alguém não tem uma vida espiritual autêntica, está longe de ser um servo
verdadeiro de Cristo, pois em si não habita o Espírito Santo. Que possamos
viver uma vida de fidelidade ao Senhor nestes três aspectos.
Rev. Davi Gomes do
Nascimento
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