
Êxodo 20:3
Dando continuidade a nossa série de
pregações sobre os Dez Mandamentos, quero mostrar para vocês que os Dez
Mandamentos da Lei de Deus se dividem em duas partes:
a. Os quatros primeiros Mandamentos
tratam de o nosso dever para com Deus;
b. Os seis últimos mandamentos, tratam de
o nosso dever para com o próximo.
O próprio Senhor Jesus fez essa observação dos Dez Mandamentos de uma forma
resumida conforme podemos ler em Marcos 12.28-31. Em Mateus 22.40, Jesus afirma
que “Destes
dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas”.
Hoje
vamos nos deter a analisar o Primeiro Mandamento da Lei de Deus. Neste
Mandamentos nos é dito que não devemos ter outros deuses diante de Deus. Dentro
desta verdade, podemos fazer algumas perguntas:
I.
QUAIS
SÃO OS DEVERES QUE ESTE MANDAMENTO EXIGE DE NÓS?
Temos
a ideia de que hoje vivemos pela graça e não precisamos mais observar os
mandamentos de Deus, mas será isso verdade? Será que pelo fato de Jesus ter
morrido na cruz para nos salvar, não temos qualquer obrigação para com Deus?
Será que este Mandamento foi revogado? Não tem mais validade para a igreja
atual? Vejamos alguns deveres que este Mandamento exige daqueles que querem
servir ao Senhor:
a.Ele
exige que tenhamos conhecimento e reconhecimento de que Deus é o único deus
verdadeiro. Em Dt
4.39 nos diz: “Por isso hoje saberás, e refletirás no teu coração, que só o SENHOR é
Deus, em cima no céu e em baixo na terra; nenhum outro há”. Em Dt 6.4 nos é diz: “Ouve,
Israel, o SENHOR nosso Deus é o único SENHOR”. Is 43.10,11.
b. Sendo Deus único, é nosso dever
adorá-lo e glorificá-lo
– Nosso Catecismo Maior de Westminster nos diz que o fim supremo e principal do
homem é glorificá-lo para sempre, vejamos o Samo 73.24-28. Deus nos ensina como O glorificar, e que
devemos gozá-lo para sempre.
Concluindo este primeiro ponto,
devemos entender que os deveres que este Mandamento exige de nós são:
O conhecer e reconhecer Deus como
único verdadeiro Deus e nosso Deus, e adorá-lo e glorificá-lo como tal; pensar
e meditar nÊle, lembrar-nos dÊle, altamente apreciá-lo, honrá-lo, adorá-lo,
escolhê-lo, amá-lo, desejá-lo e temê-lo; crer nÊle, confiando, esperando,
deleitando-nos e regozijando-nos nÊle; ter zelo por Ele; invocá-lo, dando-Lhe
todo louvor e agradecimentos, prestando-Lhe toda a obediência e submissão do
homem todo; ter cuidado de o agradar em tudo, e tristeza quando Ele é ofendido
em qualquer coisa; e andar humildemente com Ele.
II.
OS PECADOS PROIBIDOS NO PRIMEIRO
MANDAMENTO.
Os pecados proibidos no primeiro
mandamento são:
-
O
pecado do ateísmo – Sl 14.1;
-
O
pecado da idolatria, ter ou adorar mais do que um Deus, ou qualquer outro juntamente
com o verdadeiro Deus ou em lugar dÊle – Jr 2.27, 28 1 Ts 1.9
-
O
pecado de ignorância quanto a Deus e à sua vontade – Os 4.1, 6.
-
O
pecado da omissão ou negligência de
qualquer coisa devida a Ele, exigida neste mandamento;
-
O
pecado de investigações afoitas e curiosas dos segredos de Deus – Dt 29.29.
-
O
pecado do descontrolado amor a si mesmo – 2 Tm 3.2.
-
O
pecado de amar o mundo e às coisas terrenas mais do que a Deus - 1 Sm 2.29; Cl 3.2, 5.
-
O
pecado de ser incorrigível – Jr 5.3
-
Insensibilidade
sob o juízo divino – Is 42.25
-
O
pecado da dureza de coração – Rm 2.5
-
O
pecado da mornidão para com as coisas de Deus – Ap 3.1, 16
Por
fim, podemos ainda dizer neste segundo ponto que existe três tipos de ateísmo:
a.
Ateísmo
Teórico – É a
negação absoluta de qualquer crença da existência de Deus;
b. Ateísmo Virtual – Crer em
Deus, mas não o Deus da Bíblia; crer que Deus é uma implicação necessária da
mente humana. Um deus produzido pela mente.
c.
Ateísmo
prático – Crer
que Deus existe, mas vive como se Deus não existisse. Ou seja, nega a existência de Deus com a vida cotidiana. Ex: muitos crentes professam a fé em
Deus, mas vive como se Deus não existisse.
III.
POR
QUE DEUS DÁ ENFASE QUE NÃO DEVEMOS TER OUTROS deuses DIANTE DELE?
Muitas vezes
estamos tão envolvidos com este mundo, que esquecemos que Deus vê tudo o que
nós fazemos, e por nós observar de perto sondar os nossos corações, Ele tem se
ofendido com muitas coisas que fazemos, coisas estas que ele proíbe e que ao
fazer-mos, gera desagrado da parte de Deus.
Pensamos que
o alvo de idolatria só é o fato de nos curvarmos diante de uma imagem de
escultura, porém, idolatria é tudo aquilo que toma o lugar de Deus em nossas
vidas. Por exemplo:
- O dinheiro
- O trabalho
- A família,
- Os bens materiais,
- Nós mesmos...
Toda a nossa
vida, inclusive todos os nossos pensamentos, palavras e obras, bem como o estado
dos nossos corações, são observados por Deus. Em Hebreus 4.13 nos é dito: “E não há criatura alguma encoberta diante dele;
antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com quem temos de
tratar”. É impossível escaparmos da presença de Deus, pois ele é Onipresente, Onisciente e Onipotente. Adão e Eva tentaram inutilmente fugir da presença de
Deus. O salmista nos diz nos salmos 139.7: “Para onde me irei do teu espírito, ou para onde
fugirei da tua face?”.
Deus contempla quando o substituímos por qualquer outra coisa, que não seja ele. Deus requer exclusividade daqueles que são seus servos. Deus não aceitar ser divido com
ninguém, nem com nada. Por isso que Jesus disse para Satanás: “Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele
servirás” Lc 4.8.
CONCLUSÃO: Devemos realizar nosso todo
serviço para Deus e todas as atividades da nossa vida, compreendendo que Deus
vê e observa cada detalhe das nossas vidas. Pensando desta forma, devemos odiar
e temer o pecado, e procurar amar e servir a Deus a cada momento, a cada dia e
com toda a nossa vida.
Devemos ter
cuidado, para não estar substituindo o senhor por qualquer coisa nesta vida,
ele pedirá contas de tudo o que fazemos ou deixamos de fazer para a sua obra,
para o seu reino.
Pr. Davi Gomes do Nascimento
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Fonte de pesquisa: Catecismo Maior de Westeminster comentado